“Arte tumular e o culto dos mortos” foi o mote para a visita ao cemitério da Póvoa, promovida pela Filantrópica e orientada por Francisco Queiroz, que decorreu no dia 17 de outubro, da parte da manhã. Francisco Queiroz é historiador de arte, genealogista, perito de escrita manual, sendo reconhecido como o maior especialista português em arte tumular do século XIX e uma referência no estudo da azulejaria de fachada e das artes do ferro.
O monitor começou por fazer uma breve história dos cemitérios, destacando como referência incontornável o cemitério de Pére-Lachaise, o maior cemitério de Paris e um dos mais conhecidos do mundo.
De seguida, fez o enquadramento do cemitério da Póvoa no contexto histórico do século XIX, com referências às epidemias e à lei dos cemitérios públicos de 1835. Na Póvoa foi grande a resistência para a construção do cemitério, mas a epidemia de cólera de meados dos anos 50 foi determinante para se efetivar a construção do primeiro cemitério público em 1866, nas proximidades do hospital, no largo das Dores.
Menos de 20 anos passados já se procurava terreno para a construção de um outro, pois o existente era de reduzidas dimensões. O novo cemitério, no lugar da Giesteira, ostenta no seu portão a data de 1889, mas só foi benzido e inaugurado em 1892.
O jazigo de José António Fernandes de Campos, Cavaleiro da Ordem de Cristo e irmão do Barão da Póvoa, foi o primeiro a ser construído no Cemitério Velho e depois trazido para o novo espaço.
A partir da leitura deste magnífico e tão simbólico jazigo, outros se seguiram permitindo ao grupo a descoberta dos símbolos utilizados na arte tumular e a iniciação à sua leitura e interpretação. Com esta visita os participantes ficaram dotados de conhecimentos que permitirão certamente olhar para a arte tumular com outros olhos, outro interesse e admiração.