Ao longo dos últimos anos A Filantrópica tem sido espaço da promoção e divulgação cultural. Esta é a nossa missão e assim queremos continuar, a abrir portas a autores desconhecidos, a dar oportunidade a quem quer aprender, a divulgar a cultura e o conhecimento, a promover e a ajudar a desenvolver a criação artística e também a dar a conhecer o que de mais genuíno tem a nossa terra, as suas gentes e lugares.

Foi com honra e noção da responsabilidade depositada em nós, que aceitamos o convite feito pelo nosso município, realizar uma exposição aquando da comemoração dos 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim a concelho com artistas poveiros. Muitos foram os nomes que nos surgiram, mas o importante foi estabelecer regras e balizas, pois o espaço disponível não nos permite reunir todos os autores da nossa terra. Assim sendo começamos por eleger as artes plásticas como alvo, e dessas foram eleitas a pintura e a escultura. Os autores ou nasceram ou vivem na Póvoa, para além de serem todos criadores ativos. Foram surgindo nomes mas crescendo uma preocupação, o tema. Surge então essa nova questão, como criar uma exposição sem algo que possa unir as obras em nosso redor? porém a arte não pode subjugar-se simplesmente ao assunto, mas sim , ao olhar de cada autor, o que o torna único, e esse passou a ser o objeto da nossa exposição. Um olhar, esse olhar que é único, autónomo, genuíno, a chama que ilumina a noite escura tal como exalta José Régio no seu “cântico negro”, esse é o tema que escolhemos, o olhar de autores mais ou menos jovens, o que os preocupa, o que os fascina, o que faz destes poveiros autores. Esta exposição é uma amostra viva da nossa multiculturalidade e riqueza, presentes em cada obra aqui apresentada, valores que felizmente existem e são representativos das gentes e do concelho da Póvoa de Varzim.

Armando Castro Bento

Secretário do Conselho de Administração e responsável pelo Pelouro de Exposições